As bombas de água são componentes essenciais em sistemas residenciais, comerciais e industriais, garantindo o abastecimento adequado e constante do líquido. Contudo, operar a bomba em condições adversas — como sobrecarga ou falta de água — pode comprometer o desempenho, acarretar custos elevados e reduzir drasticamente a vida útil do equipamento. Portanto, é fundamental saber identificar, a tempo, os sinais de que algo não vai bem.
1. Sinais de que a bomba está sobrecarregada
Quando a bomba trabalha além de sua capacidade nominal, o motor e os componentes internos são exigidos ao máximo. Em seguida, listamos os principais indícios de sobrecarga:
- Aumento no consumo de energia
Se você perceber que a conta de energia elétrica subiu sem que tenha havido mudança no consumo de água, pode ser sinal de sobrecarga do motor. Uma bomba sobrecarregada necessita de mais corrente para manter o fluxo interno, o que se reflete em maior gasto elétrico. Além disso, trabalhar constantemente acima da vazão recomendada acelera o desgaste dos componentes internos do motor, tornando a manutenção mais frequente e custosa. - Elevação anormal da temperatura do motor
Um dos principais cuidados com bombas centrífugas é evitar funcionar sem a quantidade adequada de líquido. Quando o motor é forçado a operar em alta carga, ele aquece rapidamente. Caso a temperatura ultrapasse os limites de projeto, há risco de superaquecimento e até queima do motor. Portanto, se o gabinete ou carcaça da bomba estiverem muito quentes, acima de 80⁰C, avalie imediatamente se a bomba está sendo exigida além da capacidade. - Ruídos e vibrações excessivas
Sobrecarga pode provocar vibração anormal ou ruídos metálicos, como zumbidos ou batidas, pois os mancais e rolamentos passam a trabalhar sob pressão maior do que a prevista. Essas vibrações não só incomodam como, a longo prazo, podem trincar a carcaça, soltar fixações e danificar o conjunto rotor-impulsor. Se ouvir sons estranhos enquanto a bomba está em operação, pare imediatamente, pois pode haver peça solta ou rotor desalinhado.
2. Sinais de falta de água (funcionamento a seco)
Além de trabalhar além da vazão de projeto, operar a bomba sem a quantidade mínima de água (funcionamento “a seco”) traz riscos ainda maiores. Abaixo, os sinais mais comuns:
- Ruídos de cavitação
Quando a bomba não recepciona líquido suficiente, formam-se bolhas de vapor no impulsor, causando cavitação. Esse fenômeno gera um ruído característico: sons de “areia rolando” ou “estalos” dentro da carcaça. A cavitação corrói o impulsor e pode entalhar a carcaça metálica, reduzindo a eficiência e aumentando drasticamente o desgaste das peças. - Queda no fluxo de saída ou perda de pressão
A ausência parcial ou total de água de sucção faz com que a bomba perca a capacidade de manter a pressão adequada no recalque. Com isso, você notará uma redução progressiva ou súbita na vazão. Essa condição não deve ser ignorada, pois, além de causar funcionamento a seco, costuma ser o primeiro indício de falta d’água na captação ou de obstrução na tubulação de entrada. - Falha na sucção (perda de escorvamento)
Em bombas autoescorvantes, a falta de água no trecho de sucção faz com que o escorvamento seja perdido. Isso se traduz em “gargalos” de ar dentro do sistema, que obrigam o operador a recomeçar o procedimento de escorvamento sempre que a bomba é desligada. Assim, o equipamento deixa de funcionar continuamente, comprometendo o abastecimento.
3. Consequências de operar sobrecarregada ou sem água
Ignorar os sinais acima traz consequências sérias:
- Redução drástica da vida útil: Componentes como rolamentos, gaxetas e selo mecânico desgastam-se prematuramente quando submetidos à sobrecarga ou cavitação.
- Custo alto de manutenção: Reparo de motor queimado, troca de rotor ou até substituição de carcaça corroída (por cavitação) pode superar o valor de uma bomba nova, além do tempo de inatividade.
- Interrupção do fornecimento de água: Em aplicações críticas (irrigação, sistemas pressurizadores residenciais ou industriais), a falha repentina pode levar à paralisação total, gerando prejuízos operacionais e transtornos ao usuário.
4. Como prevenir e corrigir essas falhas
Para garantir o funcionamento confiável e duradouro, siga as boas práticas abaixo:
4.1. Escolha da bomba adequada
Em primeiro lugar, verifique sempre as especificações de vazão (m³/h) e altura manométrica (mca) exigidas pela sua instalação. Se a altura manométrica for menor do que a prevista no projeto da bomba, ela poderá operar com vazão excessiva, resultando em sobrecarga do motor. Por isso, analise atentamente a curva de desempenho e, em caso de dúvida, entre em contato com nosso time de atendimento da Comercial Lanel para indicar o modelo ideal.
4.2. Instalação correta e proteção contra funcionamento a seco
- Válvula de pé e tubulação sem ar: Utilize sempre uma válvula de retenção na entrada e execute o chamado “escorvamento” corretamente antes de ligar a bomba. Além disso, certifique-se de que toda a tubulação de sucção esteja livre de vazamentos ou entradas de ar, mantendo o pacote hidráulico estanco.
- Reservatório de água ou boia de nível: Se o sistema depender de reservatórios, instale boias de nível para interromper a operação da bomba quando não houver água suficiente. Isso evitará o funcionamento a seco e, consequentemente, a cavitação.
- Monitoramento automatizado: Uma alternativa moderna e segura é utilizar o sistema da SIMHUB para o controle dos níveis e da temperatura das bombas. Com ele, é possível prevenir falhas operacionais, reduzir custos com manutenção e garantir maior vida útil ao equipamento.
4.3. Manutenção preventiva periódica
- Inspeção visual mensal: Observe o estado das conexões, gaxetas e das vedações. Pequenos vazamentos podem evoluir para perdas maiores, comprometendo a sucção.
- Verificação de ruídos e vibrações: Ao ligar a bomba, escute atentamente o funcionamento. Se notar ruídos incomuns ou vibrações acentuadas, interrompa o processo e investigue o problema.
- Limpeza de filtros e telas: Retire detritos e sedimentos das telas de sucção, garantindo o fluxo contínuo de água. Fragmentos acumulados podem levar à falta de água parcial e, por consequência, à cavitação.
4.4. Monitoramento de consumo elétrico
- Instalação de relé de proteção: Equipamentos de proteção contra sobrecarga oferecem alertas ou desarmam o motor quando a corrente ultrapassa o limite. Assim, evita-se a queima do enrolamento.
- Análise do consumo: Utilize um medidor de energia específico para acionar alertas caso o consumo suba mais de 10% em relação à média histórica.
4.5. Treinamento do operador
Por fim, garanta que a pessoa responsável pela bomba conheça bem o manual do fabricante. Ela precisa saber como realizar o escorvamento adequado, reconhecer sinais visuais e sonoros de falhas, além de seguir o cronograma de manutenção.
Conclusão
Identificar a tempo os sinais de que a bomba está sobrecarregada ou sem água evita prejuízos graves, garante segurança operacional e prolonga a vida útil do equipamento. Fique atento a ruídos, vibrações, aumento de consumo elétrico e elevação anormal da temperatura. Além disso, invista em instalação correta, acessórios de proteção (válvulas, boias, relés de sobrecarga) e realize manutenções periódicas com profissionais de confiança. Seguindo essas boas práticas, seu sistema de bombeamento funcionará com eficiência por muitos anos.
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