Montagem e Uso de Bancadas de Teste para Validação de Bombas

Montagem e Uso de Bancadas de Teste para Validação de Bombas

Introdução

Testar bombas em bancada é fundamental para confirmar desempenho, garantir conformidade e evitar surpresas em campo. Neste artigo você encontrará um passo a passo claro para montagem, instrumentação e procedimentos de ensaio, além de recomendações de calibração e segurança para tornar os resultados confiáveis e repetíveis.


1. Objetivo da bancada de teste

Uma bancada de ensaio permite:

  • levantar a curva característica (vazão × altura);
  • medir potência absorvida e eficiência;
  • verificar NPSH requerido;
  • validar ajustes ou modificações no rotor e na carcaça.

2. Principais componentes da bancada

Checklist mínimo:

  • reservatório/recipiente de teste com nível constante;
  • bomba sob ensaio (montada sobre base rígida);
  • tubulação de sucção e recalque com válvulas de bloqueio e controle;
  • medidor de vazão (eletromagnético, rotor de área variável ou orifício com cálculo);
  • manômetros no sucção e recalque;
  • medidor de potência/energia no motor;
  • tacômetro para rotação;
  • válvula de descarga (para controlar pontos de operação);
  • sistema de coleta de dados (data logger ou software).

3. Montagem passo a passo

  1. Posicione a bomba sobre base que minimize vibração.
  2. Conecte sucção ao reservatório com tubulação sem restrições excessivas (evitar cavitação).
  3. Instale medidores: manômetro perto da sucção e do recalque; medidor de vazão na linha de recalque onde o fluxo for estável.
  4. Coloque o wattímetro no circuito elétrico do motor para medir consumo.
  5. Certifique-se de que todos os instrumentos estejam calibrados e com certificados válidos.

4. Instrumentação e calibração

  • Use instrumentos calibrados por laboratório acreditado; mantenha certificados acessíveis.
  • Meça vazão em pelo menos 5 pontos distribuídos ao longo da faixa de operação para gerar a curva.
  • Registre rotação exata — variações de RPM alteram a curva.
  • Sempre documente data, operador, temperatura do fluido e condições de ensaio.

5. Procedimento de ensaio (exemplo prático)

  1. Preencher reservatório e ventilar linhas.
  2. Ligar bomba e ajustar vazão no ponto mais próximo do recalque fechado (geralmente ponto de maior pressão).
  3. Registrar pressão de recalque, pressão de sucção, vazão, rotação e potência.
  4. Abrir gradualmente a válvula de descarga para completar ao menos 5–7 pontos entre recalque fechado e vazão máxima.
  5. Calcular altura manométrica total, potência hidráulica e eficiência.
  6. Se for necessário, medir NPSH disponível/solicitado com procedimento específico (ensaios escalonados de vazão).

6. Como interpretar os resultados?

  • Curva Q × A: mostra pontos de operação. Verifique se a curva do fabricante foi reproduzida.
  • Eficiência: potência hidráulica ÷ potência absorvida. Busque picos de eficiência próximos à vazão nominal.
  • Desvios: pequenas diferenças podem vir de condições de bancada, perdas hidráulicas ou erro de instrumentação — verifique sempre calibração.

7. Padronização, normas e conformidade

Para ensaios de aceitação, normas como ISO 9906 (ensaios de desempenho de bombas centrífugas) e requisitos de organismos nacionais/Inmetro são frequentemente adotados, elas definem precisão, classes de aceitação e grau de testemunhamento dos testes. Para entregas contratuais, fabricantes e compradores costumam exigir testes testemunhados e certificados de calibração.


8. Segurança e manutenção da bancada

  • Use proteção contra respingos e dispositivos de bloqueio para partes rotativas.
  • Nunca opere com vazão/pressão fora das faixas recomendadas.
  • Faça manutenção preventiva dos instrumentos e verifique alinhamento e fixações.

9. Dicas para resultados mais confiáveis

  • Repita cada ponto de ensaio pelo menos duas vezes e calcule média.
  • Registre temperatura do fluido e corrija dados se necessário.
  • Use software para gerar curvas e relatórios padronizados — facilita comparações e rastreabilidade.

Conclusão

Uma bancada bem projetada e instrumentada é a base para validar desempenho, otimizar seleção e reduzir falhas em campo. Seguindo uma rotina de calibração, procedimentos padronizados e normas reconhecidas, você garante resultados confiáveis e documentados — essenciais para projetos, vendas e manutenção preventiva.

📞 Fale com a Conosco
💬 WhatsApp: Clique aqui para falar conosco

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *